Esse nosso primeiro episódio será da série “Impulso”. Nessa série abordamos aquelas dúvidas que você acaba tendo no consultório ou não acha fácil no livro ou guideline sabe?
Para celebrar a nossa inauguração, convidamos a maravilhosa Dra. Vera Szejnfeld para conversarmos e discutirmos sobre osteoporose, um tema que permeia todos os nossos pacientes da reumatologia.
Segue o “reusumo” do que conversamos! Caso não tenha visto, confere o episódio no YouTube ou no Spotify! Até a próxima! daqui a quinze dias.
- Introdução
- Densitometria óssea de rádio – indicações, diagnóstico e seguimento, como fazer?
- Acompanhamento
- Marcadores de remodelação óssea
- Fraturas por fragilidade
- FRAX – Existem ajustes e outros fatores de risco que podemos incluir?
- Papel da ressonância magnética na avaliação de fraturas osteoporóticas
- Paciente de alto risco em terapia para OP
- Posso fazer férias do tratamento (holiday)?
- Uso de bisfosfonatos (bff) em pacientes com muito alto risco de fraturas
- Início da terapia para osteoporose após uma fratura
- Definição de falha terapêutica
- Terapia sequencial após falha ao antirreabsortivo
- Terapia após uso do anabólico iniciado após falha ao antirreabsortivo
- Suspensão do denosumabe (DNS)
- Fratura atípica durante o uso de denosumabe (DNS)
- Contraindicações para uso de anabólicos
- Indicações da terapia de reposição hormonal
- Papel da calcitonina no tratamento da osteoporose
- Referências
Introdução
A osteoporose (OP) é uma doença extremamente prevalente e associada a uma alta morbimortalidade. Em mulheres > 45 anos, a OP é responsável por mais dias de internação do que qualquer outra doença, incluindo diabetes, infarto agudo do miocárdio e câncer de mama. Além disso, os gastos relacionados à osteoporose são estimados em aproximadamente R $1 bilhão por ano, é basicamente um unicórnio brasileiro criado todo ano (toma cuidado nubank!).
A OP é mais frequente nos pacientes com doença autoimune, seja pelo quadro inflamatório da própria doença, como também, decorrente de alguns medicamentos empregados no tratamento da doença de base e que possuem efeito negativo sobre o osso, principalmente os glicocorticoides.
Densitometria óssea de rádio – indicações, diagnóstico e seguimento, como fazer?
Principais Indicações
- Impossibilidade de avaliar coluna vertebral (osteoartrite, fraturas, espondilite anquilosante…) ou fêmur (osteoartrite, prótese de quadril)
- Hiperparatireoidismo
- Super obesos (peso acima do limite suportado pela aparelho da densitometria
Diagnóstico
- Valorizar somente em situações que houver indicação da sua realização, ou seja, quando ele for realmente necessário.
- O diagnóstico densitométrico é dado considerando o sítio de menor densidade (coluna, fêmur e rádio). No entanto, o diagnóstico de osteoporose baseado exclusivamente no rádio, não indica necessariamente o início do tratamento farmacológico.
Acompanhamento
- Não deve ser feito pelo rádio, pois ele possui um coeficiente de variação bastante elevado, bem como a densidade mineral óssea do rádio demora muito para se alterar durante o tratamento.
- Nos casos que só se tem o rádio disponível para avaliação de massa óssea, devemos acompanhar o paciente clinicamente, ou seja, avaliar fraturas ao longo do tratamento;
- Alternativas discutíveis para o seguimento do paciente com OP isolada de rádio: marcadores de reabsorção óssea (CTX) e o FRAX.
- Níveis mais elevados de CTX estão associados a maior risco de fratura. É um exame útil no seguimento dos pacientes que fazem uso de antirreabsortivos, mas não deve ser considerado isoladamente do contexto clínico;
- O FRAX também se associa a risco de fratura, inclusive dando diagnóstico de osteoporose e indicando tratamento. No entanto, o FRAX não foi validado para o seguimento..
Marcadores de remodelação óssea
O que são?
- CTX: é um marcador que avalia a reabsorção óssea. Está diretamente associada à atividade osteoclástica. Útil na avaliação inicial e seguimento dos agentes antirreabsortivos (bisfosfonatos e denosumabe).
- P1NP: é um marcador que avalia a formação óssea. Está diretamente associado à atividade osteoblástica. Não possui uma aplicabilidade clínica de fato, e por isso mais utilizado nos ensaios clínicos como desfecho secundário. Esperamos que seus níveis subam após a introdução de algum anabólico (teriparatida e romosozumabe)
Os marcadores não são imprescindíveis, mas podem ajudar em algumas situações quando disponíveis
Quando ajudam?
- Considerar na monitorização terapêutica quanto a eficácia e a adesão terapêutica
- Uma vez que se altera em 3 meses do início do tratamento, é um marcador precoce, diferente da DXA que só terá alteração em 1 ano.
- Solicitar antes do início do antirreabsortivo e cerca de 3 meses após.
- Espera-se que tenha um decréscimo de 50% do valor inicial
- Seguir paciente de risco que está em Holliday de bisfosfonato
- Pacientes que estão sem bisfosfonatos e apresentam elevação do CTX (próximo do limite superior da normalidade), indicam possível decréscimo da massa óssea, indicando a necessidade de um acompanhamento mais próximo e re-estratificação do risco
- Não solicitamos P1NP, pois não agrega ao seguimento do paciente principalmente devido seu custo.
Fraturas por fragilidade
- Fratura de baixo impacto:
- É toda fratura que ocorre quando há baixa energia cinética envolvida no mecanismo do trauma. Em suma, é quando não há desaceleração brusca.
- O protótipo é a queda da própria altura, e não importa se escorregou ou tropeçou, o que importa é a altura ou se teve choque com algum anteparo que tenha provocado desaceleração em um ponto específico.
- Por exemplo: uma coisa é tropeçar no tapete e cair no chão, outra coisa é cair na quina de uma mesa (mesmo que tenha sido da própria altura). As fraturas de baixo impacto geralmente estão relacionadas a uma baixa resistência óssea, logo podemos dizer que são fraturas osteoporóticas.
- Fraturas sentinelas:
- São fraturas osteoporóticas em sítios específicos que possuem correlação com risco de fraturas osteoporóticas maiores: coluna vertebral e fêmur.
- São exemplos de fraturas sentinelas: rádio distal, fratura do 2º e 3º metatarso (que são estruturas bem fixas), costela (após um abraço), tornozelo (homem), úmero e pelve.
- Lembre-se que não são consideradas sentinelas as fraturas de crânio e fratura do quinto metatarso, que podem ocorrer com baixo impacto.
- Na presença de fraturas sentinelas devemos:
1º) certificar se foi de baixo impacto
2º) realizar uma investigação para osteoporose primária e para causas secundárias
- Quando considerar tratamento em pacientes com fratura sentinela?
- Considerar o paciente como todo.
- Apenas uma fratura de rádio distal, não indica tratamento farmacológico. No entanto, se o paciente que fraturou, tiver uma densitometria óssea com osteopenia, se for um caidor crônico, diabético ou ainda fizer uso de medicamentos sabidamente de efeito negativo sobre o osso, devemos considerar o tratamento.
- Fratura sentinela + fatores de risco estabelecidos = tratamento
- Fraturas maiores: coluna e fêmur
- Se fratura maior por baixo impacto, há indicação de tratar osteoporose, mesmo que o paciente tenha uma densitometria óssea normal.
FRAX – Existem ajustes e outros fatores de risco que podemos incluir?
- Algumas situações específicas possuem impacto negativo sobre a saúde óssea, mas não são contempladas no FRAX. Logo, o risco de fratura nos próximos 10 anos, estaria subestimado nesse contexto. Portanto, há situações que mesmo com FRAX baixo risco e níveis não tão baixos massa óssea devemos considerar iniciar o tratamento.
- Como ajustar o FRAX para fatores de risco:
- DIABÉTICO:
- Selecionar artrite reumatóide no FRAX, antes de realizar o cálculo.
- Se já possuir artrite reumatoide deverá (1) acrescentar 10 anos na idade do paciente, ou (2) reduzir em 0,5 o T-score do colo do fêmur que foi mensurado na densitometria. Por exemplo, se o T-score for -1,7 quando preencher o FRAX deixar como T-2,2
- USO DE GLICOCORTICOIDE:
- Selecionar glicocorticoide no FRAX.
- Se dose > 7,5 mg/dia, devemos ajustar o risco desse paciente:
- Acrescentar 15% ao risco de fratura maior (multiplicar resultado por 1,15)
- Acrescentar 20% ao risco de fratura de fêmur (multiplicar por 1,20)
- Após correção dos resultados (corrigidos), aplicar a estratégia NOGG
- TBS (trabecular bone score)
- É possível ajustar o risco para os pacientes que tenham conseguido realizar o TBS.
- Na própria plataforma da ABRASSO há um espaço destinado para o TBS (confere nosso post sobre TBS: https://www.instagram.com/p/CbGT9WOPIFy/)
- Principais indicações de TBS na prática clínica são nos pacientes obesos, diabéticos e usuários de glicocorticóides
- É possível ajustar o risco para os pacientes que tenham conseguido realizar o TBS.
- Outros: pacientes que possuem risco adicional, mas que ainda não temos estratégia definida:
- Uso de inibidores de aromatase ou deprivação androgênica devido à terapia do câncer de próstata.
- Podemos considerar selecionar artrite reumatoide, mas ainda nada foi estabelecido.
- FRATURA RECENTE: hoje no FRAX apenas selecionamos fraturas prévias como presente ou ausente, mas sabemos que as fraturas recentes possuem maior risco de novas fraturas do que as mais tardias.
- Uso de inibidores de aromatase ou deprivação androgênica devido à terapia do câncer de próstata.
- DIABÉTICO:
Papel da ressonância magnética na avaliação de fraturas osteoporóticas
- Em um paciente com dor lombar e RX não elucidativo para fratura, a RM poderia ajudar, ao evidenciar edema da medula óssea.
Paciente de alto risco em terapia para OP
Posso fazer férias do tratamento (holiday)?
Em primeiro lugar, devemos individualizar os casos:
- “Paciente é de alto risco apenas pelo FRAX ou diagnóstico densitométrico?”
- “Paciente já teve uma fratura maior?”
Considerar HOLIDAY:
- Pacientes com OP secundária que resolveu a doença de base e não apresenta riscos adicionais
- Paciente que tem baixa massa óssea após tratamento adequado com critérios clínicos de baixo risco (T-score >-2,5 no fêmur) e ausência de fraturas
- Até mesmo um paciente que já tenha uma história de uma fratura, e esta não sendo mais recente (> 5 anos), e atualmente não possui riscos adicionais, o tratamento da osteoporose pode ser descontinuado
LEMBRANDO QUE:
- Férias não significa alta, o paciente deve continuar em acompanhamento e pode necessitar retorno da terapia farmacológica a qualquer momento.
- Todas as “holidays” (férias) somente são válidas para tratamento prévio com bisfosfonatos.
Uso de bisfosfonatos (bff) em pacientes com muito alto risco de fraturas
- Definição de muito alto risco de fraturas:
- Pacientes com fraturas recentes (nos últimos 12 meses)
- Fratura durante tratamento para osteoporose
- Múltiplas fratura
- Fraturas durante o uso de terapias que causam dano ósseo (exemplo glicocorticóides)
- T-score < -3
- Alto risco de quedas
- FRAX de muito alto risco (ex. fratura osteoporótica maior >30% / fratura de quadril > 4.5%).
- Durante muitos anos, os bisfosfonatos foram usados nesse grupo de pacientes de forma eficaz
- No entanto, há evidências que sustentam a superioridade dos agentes anabólicos aos antirreabsortivos na redução do risco de fraturas. Além disso, sabemos que no cenário da terapia antirreabsortiva prévia, o início da teriparatida é seguido por redução da densidade mineral óssea em quadril. O ideal, portanto, nos pacientes de muito alto risco é iniciar com o agente anabólico (teriparatida ou romosozumabe) e seguir com antirreabsortivo (denosumabe ou bisfosfonatos).
- No contexto em que não seja possível fazer uso do anabólico, o bisfosfonato pode ser considerado, de preferência o endovenoso (ácido zoledrônico), o que ajuda a garantir a aderência ao tratamento.
- Veja o que os principais guidelines recomendam:
AACE/ACE 2020 | Endocrine Society 2020 | ESCEO/IOF 2019/2020 | |
Alto risco | Alendronato, risedronato, denosumabe, ácido zoledrônico | Alendronato, risedronato, ácido zoledrônico e ibandronato | Bisfosfonatos orais e outros inibidores da reabsorção óssea. |
Muito alto risco | abaloparatida, denosumabe, romosozumabe, teriparatida, ácido zoledrônico | abaloparatida, romosozumabe e teriparatida | Agentes anabólicos seguido por inibidores da reabsorção óssea |
Retirado e traduzido de: Arceo-Mendoza, R. M., & Camacho, P. M. (2021). Endocrinology and Metabolism Clinics of North America, 50(2), 167–178. https://doi.org/10.1016/j.ecl.2021.03.009
Início da terapia para osteoporose após uma fratura
- O paciente que tem uma fratura por fragilidade é um paciente de muito alto risco para um nova fratura.
- Iniciar a terapia logo após a fratura é uma oportunidade que não deve ser perdida e não deve ser adiada para avaliação da densidade óssea, uma vez que existe o risco do paciente não retornar para acompanhamento, não iniciar o tratamento necessário e ter uma nova fratura.
- Existe a preocupação de que a introdução da terapia pudesse influenciar na consolidação da fratura, mas isso não acontece. Pode haver um retardo na mineralização óssea, mas não no reparo. O risco de uma nova fratura em um paciente com osteoporose sem o tratamento pesa muito mais nesse momento.
- Experiência da Dra Vera: uma boa opção de terapia durante a internação por fratura é o uso do ácido zoledrônico dose única antes da alta, já que é menos provável ter acesso rápido ao agente anabólico na internação e o paciente já sai com sua dose anual do tratamento.
Definição de falha terapêutica
- O objetivo do tratamento para OP é prevenir fraturas, mas nenhum tratamento pode eliminar totalmente o risco de uma fratura.
- Uma fratura durante uma terapia não é necessariamente uma falha de tratamento, mas devemos considerar os fatores de risco para uma nova fratura.
Atualmente, existem critérios para definição de falha terapêutica. São eles:
- Duas fraturas por baixo impacto
- 1 fratura por baixo impacto + perda significativa da densidade mineral óssea e/ou ausência da redução significativa do CTX ou aumento do PNP séricos com uso de agente antirreabsortivo
- Perda significativa da DMO associada a ausência de redução significativa do CTX ou aumento PNP séricos com uso de agente antirreabsortivo
Obs.:
- Considerar a perda significativa da DMO quando acima da MVS (variação mínima significativa) com redução ≥ 4% no fêmur e ≥ 5% na coluna.
- Considerar resposta dos marcadores de remodelamento ósseo (3-6 meses)
- CTX sérico (reabsorção óssea): queda de 35-55% com antireabsortivo
- P1NP (formação óssea): aumento de 40% com o agente anabólico
- Diante de uma fratura, antes de considerar uma falha ao tratamento, sempre cheque aderência terapêutica e exclua causas secundárias de perda óssea.
Experiência da Dra Vera: na prática clínica, se um(a) paciente aderente a terapia e excluídas causas secundárias de osteoporose, apresenta uma fratura durante a terapia, é difícil a decisão de não trocar o tratamento, principalmente diante de um paciente mais ansioso e ainda considerando que logo após a fratura, o paciente é de muito alto risco para uma nova fratura. Esse conceito de falha terapêutica é de 2012 – será que não é hora de revisá-lo?
Terapia sequencial após falha ao antirreabsortivo
- A transição para teriparatida (TRP) pode levar a uma perda transitória do osso cortical. Isso é um risco, principalmente em pacientes com fratura recente, onde sabemos que o risco de uma segunda fratura iminente é extremamente alto (~10% no ano seguinte).
- Em pacientes com falha ao uso de bisfosfonato, podemos trocar para teriparatida, mas alguns autores, como Felicia Cosman, defendem a associação do anabólico ao BFF, principalmente no primeiro ano de uso da TRP, quando perda de massa óssea pode ser maior. Já outros autores, preferem fazer a troca, principalmente no paciente que já fez uso por muito anos do BFF (paciente continua tratado)
- Na falha ao uso de denosumabe, a troca para agente anabólico se associa a perda de massa óssea em quadril e não é recomendada. Sempre associar TRP ou DNS, mas se a troca for feita para o romosozumabe, podemos suspender o antirreabsortivo (BFF ou DNS)
Terapia após uso do anabólico iniciado após falha ao antirreabsortivo
Falha ao bisfosfonato -> 2 anos de teriparatida -> seguir com denosumabe (melhor opção) ou ácido zoledrônico
Falha ao denosumabe -> DNZ – TRP – AZ
Suspensão do denosumabe (DNS)
- Em algumas situações, precisamos pensar em suspender o DNS, seja pelo custo, preferência do paciente, efeitos colaterais, entre outros.
- No entanto, a suspensão do denosumabe está associada com um efeito rebote, principalmente nos primeiros 12 meses após a suspensão
- Fatores de risco para o efeito rebote:
- Uso do denosumabe por mais de 2 anos
- Pacientes jovens
- Pacientes que não usaram bisfosfonatos previamente
- Ao decidir suspender o DNS, alertar o paciente sobre os riscos e programar uma estratégia para reduzir danos
- Estratégia:
- Fazer o BFF EV (ácido zoledrônico) após 6 meses da última aplicação do DNS
- É importante ter a medicação em mãos (se vai ser pelo plano ou comprada – é preciso organizar de forma correta).
- Após 6 meses, programar uma segunda dose do ácido zoledrônico (AZ), que pode ser guiada pelo marcador de reabsorção óssea (CTX)
- O CTX elevado indica necessidade da segunda dose do AZ
- Fazer o BFF EV (ácido zoledrônico) após 6 meses da última aplicação do DNS
Fratura atípica durante o uso de denosumabe (DNS)
- O tratamento de uma fratura osteoporótica reduz o risco de 11 fraturas típicas de fêmur e pode provocar 1 fratura atípica.
- A fratura atípica é uma complicação rara do uso crônico dos antirreabsortivos, principalmente os BFFs, e decorre da supressão excessiva da remodelação óssea com aumento da fragilidade esquelética (osso congelado).
- Na ocorrência de uma fratura atípica durante o uso do BFFs, é necessária a sua suspensão.
- Quando a fratura atípica ocorre durante o uso do denosumabe, a suspensão deste para introdução da TRP pode levar a uma perda óssea rápida e significativa.
- Opções possíveis:
- Troca do DNS para o romosozumabe (melhor opção)
- Associar TRP ao DNS e avaliar o quadril contralateral (paciente com fratura atípica em um fêmur está em risco para fratura contralateral)
- Na presença de espessamento periosteal da cortical lateral (beaking), colocar haste em quadril contralateral.
- Em casos de dúvida quanto a presença de fraturas, a ressonância magnética auxilia, evidenciando edema da medula óssea compatível com fratura.
- Opções possíveis:
Contraindicações para uso de anabólicos
- Teriparatida:
- Doença de paget
- Displasias ósseas
- Crianças e adultos jovens com epífisis abertas
- História de tratamento radioterápico
- Hipercalcemia
- Hhistória atual ou prévia de neoplasias com potencial metástase óssea
- Romosozumabe:
- Evento cardiovascular – AVE/IAM no último ano
Indicações da terapia de reposição hormonal
- Acompanhamento conjunto com ginecologia
- Janela de oportunidade: primeiros 10 anos da pós menopausa com sintomas do climatério (ex. fogachos, alterações do humor – irritabilidade, insônia)
- Alívio dos sintomas do climatério
- Reduz o risco de fraturas vertebrais e não vertebrais
- Aprovado pelo FDA para prevenção da osteoporose pós-menopausa
- Não tem evidência nos pacientes com OP
- Nos pacientes com OP estabelecida, fazer a TRH associada ao uso de medicações para OP
Papel da calcitonina no tratamento da osteoporose
- Não reduziu o risco de fraturas não vertebrais ou fx de fêmur
- Tem efeitos analgésicos, porém seu custo é um fator limitante
Referências
- Anastasilakis, A. D., Pepe, J., Napoli, N., Palermo, A., Magopoulos, C., Khan, A. A., Zillikens, M. C., & Body, J. J. (2022). Osteonecrosis of the Jaw and Antiresorptive Agents in Benign and Malignant Diseases: A Critical Review Organized by the ECTS. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, 107(5), 1441–1460. https://doi.org/10.1210/CLINEM/DGAB888
- Arceo-Mendoza, R. M., & Camacho, P. M. (2021). Postmenopausal Osteoporosis: Latest Guidelines. Endocrinology and Metabolism Clinics of North America, 50(2), 167–178. https://doi.org/10.1016/j.ecl.2021.03.009
- Camacho, P. M., Petak, S. M., Binkley, N., Diab, D. L., Eldeiry, L. S., Farooki, A., Harris, 4. T., Hurley, D. L., Kelly, J., Michael Lewiecki, E., Pessah-Pollack, R., McClung, M., Wimalawansa, S. J., & Watts, N. B. (2020). American association of clinical endocrinologists/American college of endocrinology clinical practice guidelines for the diagnosis and treatment of postmenopausal osteoporosis-2020 update. Endocrine Practice, 26(s1), 1–46. https://doi.org/10.4158/GL-2020-0524SUPPL
- Harold N Rosen, MD Risks of bisphosphonate therapy in patients with osteoporosis. In: UpToDate, Post TW (Ed), UpToDate, Waltham, MA. In: UpToDate,.2021. (Accessed on Aug 04, 2022)
- Kanis, J. A., Harvey, N. C., Mccloskey, E., Bruyère, & O., Veronese, & N., Lorentzon, & M., Cooper, & C., Rizzoli, & R., Adib, & G., Al-Daghri, & N., Campusano, & C., Chandran, & M., Dawson-Hughes, B., Javaid, & K., Jiwa, F., Johansson, & H., Lee, J. K., Liu, E., Messina, & D., … Reginster, J.-Y. (n.d.). Algorithm for the management of patients at low, high and very high risk of osteoporotic fractures. https://doi.org/10.1007/s00198-019-05176-3
- Shoback, D., Rosen, C. J., Black, D. M., Cheung, A. M., Murad, M. H., & Eastell, R. (2020). Pharmacological Management of Osteoporosis in Postmenopausal Women: An Endocrine Society Guideline Update. Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism, 105(3). https://doi.org/10.1210/CLINEM/DGAA048