Destaques – Artrite Reumatoide – EULAR2022

Novas evidências

Várias foram as novidades no EULAR2022, separamos os principais pôsteres e sessões.

Alguns revisamos a fundo, outros apenas o principal.

Confira o texto completo ⬇️

Artralgia de risco e RM com inflamação articular subclínica: teria benefício o uso do metotrexato? – pôster OP0070 (2022)

Link: EULAR Abstract Archive (sparx-ip.net)

  • 🚫Não foi capaz de reduzir progressão para artrite reumatoide (AR) quanto comparado com placebo
  • 👍🏽Promoveu melhora dos sintomas, função e achados inflamatórios na ressonância magnética (RNM) com significância estatística.
  • 👀 Porém a diferença média foi pequena e talvez não seja clinicamente significante. Mais estudos são necessários as always.
  • ❓Como foi realizado o estudo?
    • 📏Estudo prova de conceito, randomizado, duplo cego
    • 👥População: pacientes com artralgia clinicamente suspeita e RNM com inflamação articular subclínica.
    • 🎲Randomizados 1:1
      • Grupo intervenção – corticoide IM em dose única (120mg) e metotrexato até 25mg/semana por 1 ano OU;
      • Placebo: injeção placebo e comprimidos
    • ⏭️ Estudo com 2 anos de duração, sendo 1 ano de intervenção e 1 ano de seguimento
    • 🏁Desfechos:
      • 🥇Primário – Desenvolvimento de artrite com persistência por mais de 2 anos(preenchimento de critérios para AR ACR 2010 ou artrite em ≥ 2 articulações)
      • 🥈Secundários – função, sintomas e achados inflamatórios na RNM (tenossinovite, sinovite, osteíte foram pontuados de acordo com o método de score RA-MRI Scoring (RAMRIS))
  • 🧮Resultados
  • 326 pacientes
    • 💉119 pacientes no grupo intervenção
    • 🧂117 no grupo placebo
  • No primeiro ano durante o uso do metotrexato, houve menor progressão para AR no grupo intervenção.
  • 🚫⌚Após 2 anos de seguimento, o tempo médio sem artrite foi semelhante entre os grupos (80% versus 82%, HR 0.81 (95%CI 0.45, 1.48))
Figura 1B. Progressão para AR nos pacientes de alto risco.
  • 👍🏽🏃🏾‍♀️Melhora da dor, função, rigidez matinal e inflamação detectada pela RNM nos primeiros meses foi sustentada ao longo do tempo.
  • ✅O metotrexato na fase pré-clínica da AR possui potencial a longo prazo e talvez seja uma nova janela de oportunidade, porém com diferença pequena e incapaz de reduzir desenvolvimento da artrite reumatoide.

O rituximabe em doses muito baixas é eficaz no tratamento a longo prazo da artrite reumatoide? – pôster POS0652 (2022)

Link: EULAR Abstract Archive (sparx-ip.net)

  • 👍🏽 A maioria dos pacientes que receberam rituximabe (RTX) em doses muito baixas (200-500mg 1x/6 meses), permaneceram com resposta sustentada (DAS28-PCR) por até 4 anos e foi não inferior quando comparado a dose baixa (1g 1x/6meses).
  • 👀Apesar de não ter sido descrito no pôster, a dose ideal parece ser de 500mg-1000mg, pois foram os grupos com maior persistência. Ao longo do seguimento, apenas 1 paciente saiu do grupo de 500mg, enquanto no grupo de 200mg esse número foi 9 pacientes (19%). Já o grupo de 1g aumentou durante o estudo (24 → 34 pacientes), provavelmente a dose dos pacientes dos demais grupos precisou ser aumentada.
  • ❓Como foi realizado o estudo?
    • 👥Pacientes do estudo REDO (REtreatment with Rituximab in RhEumatoid arthritis: Disease Outcome after Dose Optimisation) (https://doi.org/10.1016/S2665-9913(19)30066-9) foram convocados para participar em um estudo de extensão com o objetivo avaliar a resposta a longo prazo do rituximabe em doses muito baixas.
      • Estudo inicial do REDO demonstrou que o rituximabe em doses muito baixas (DMB) (200 ou 500mg 1x/6 meses) possui eficácia semelhante a dose baixa de 1g 1x/6 meses nos pacientes que apresentaram boa resposta ao uso de rituximabe Apesar do estudo não ter conseguido atingir o desfecho primário de não-inferioridade.
    • 🎲Pacientes foram separados em 3 grupos de acordo com a decisão do médico e paciente.
      • Grupo 1 (dose baixa tradicional – DBT): rituximabe 1000mg
      • Grupo 2 (dose muito baixa – DMB): rituximabe 500mg
      • Grupo 3 (dose muito baixa – DMB): rituximabe 200mg
    • 🏁Desfechos:
      • 🥇Primário – Atividade de doença (DAS28-PCR)
      • 🥈Secundários – persistência da resposta ao RTX, intervalos e doses do RTX, e uso de comedicação.
  • 🧮Resultados:
  • 118 de 142 pacientes dos estudo REDO fora incluídos
Características dos pacientes na randomização
  • Persistência do RTX durante o seguimento
  • ➕Atividade de doença em ambos os grupos DMB foi não-inferior ao grupo DBT, com DAS-28PCR médio (95% IC) durante o seguimento de:
    • Grupo 1g – 2.2 (2.0-2.4)
    • Grupo 500mg – 2.2 (2.1-2.4)
    • Grupo 300mg – 2.3 (2.2-2.5)
  • Apesar de não ter sido descrito no pôster nem no texto, aparentemente, 10 pacientes dos grupos de DMB (9 do grupo de 200mg e 1 do grupo de 500mg) precisaram aumentar a dose para 1g.
  • Taxa de injeção de corticoide foi de 0,38 (95% IC: 0.32-0.44) por pacientes-ano.
  • Taxa de início de corticoide oral foi 0,05 (0,03-0,08) por pacientes-ano.
  • ✅Conclusão:
    • Maioria dos pacientes permaneceram em DMB de RTX durante um seguimento de até 4 anos.
    • Atividade de doença em ambos os grupos DMB foi não-inferior ao grupo DBT.
    • Troca para outros MMCDs ou uso de corticoide foi infrequente.

Os antimaláricos(AM) podem melhorar a sobrevida e segurança dos biológicos ou iJAK no tratamento da artrite reumatoide? – pôster POS0242 (2022)

Link:EULAR Abstract Archive (sparx-ip.net)

🎙️É do brasiiiillll!⚽😍 Parabéns ao grupo!!!

👍🏾 AM foram associados a maior sobrevida do 💊💉tratamento, menor risco de interrupção por efeitos adversos (EA)e ineficácia, ⏬menos EA no geral, ⏬ menos infecções, ⏬efeitos adversos hepáticos. Não houve aumento do risco cardiovascular.

🎯 Objetivo: Avaliar associação do uso concomitante de 💊antimaláricos(AM) com biológicos e iJAKs quanto a segurança e persistência 👥 Pacientes com AR incluídos no registro multicêntrico BiobadaBrasil(❤️) entre 2009 e 2019

  • 🏁Desfechos:
    • 🥇Primário – Incidência de efeitos adversos (EA) graves (EAG)
    • 🥈Secundários – EA de acordo com sistema (EAS), interrupção do tratamento por qualquer causa, interrupção por EA e por ineficácia
  • 🧮Resultados e Conclusões
    • 💊AM foram associados a maior sobrevida (figura abaixo) , reduzindo o risco de interrupção por EAs (0.56, 95% CI: 0.39 to 0.81, P=0.002) e ineficácia (0.65, 0.48 to 0.87, P=0.003).
  • ⏬Reduziu o risco de EAs e totais, incluindo 🦠infecção e EA hepáticos.
  • 💗Não houve aumento do risco cardiovascular

Outros destaques

Depressão é um fator de risco isolado para mortalidade nos pacientes com artrite reumatoide? – pôster OP0067 (2022)

Link: EULAR Abstract Archive (sparx-ip.net)

  • Estudo dinamarquês realizado utilizando banco de dados DANBIO demonstrou aumento em 6x na mortalidade dos pacientes com artrite reumatoide e depressão, mesmo após correção por outras variáveis incluindo sexo, idade e comorbidades.
Risco de mortalidade estratificado de acordo com idade, sexo e soropositividade
Mortalidade acumalada ao longo do tempo
  • Estudo limitado, uma vez que depressão foi definida como primeira prescrição de antidepressivo.

Estudo GLORIA

(POS1402 (2022), POS1410 (2022), OP0263 (2022), OP0270 (2022), e trabalho publicado na ARD (Boers, M., et al. (2022). Low dose, add-on prednisolone in patients with rheumatoid arthritis aged 65+: the pragmatic randomised, double-blind placebo-controlled GLORIA trial. Annals of the Rheumatic Diseases, 81(7), 925–936. https://doi.org/10.1136/annrheumdis-2021-221957)

  • 👍🏽Ensaio clínico duplo-cego, multicêntrico, pragmático, placebo controlado.
  • Comparou prednisona 5mg/dia com placebo em pacientes com AR estabelecida e ≥ 65 anos por 2 anos.
  • ✅Um dos poucos estudos bem desenhados para avaliar a segurança do uso crônico de corticoide. Além disso, a maior parte da evidência atual é baseada em estudos observacionais.
  • Resultados do grupo intervenção:
  • ⏬menor DAS28 ao final do estudo (-0,37), menor progressão radiográfica (-1,7)
  • ⏫❗aumento no risco de ao menos um efeito adveros em 24% quando comparado ao placebo. Porém foi considerado dentro do limite superior do dano esperado e foi superado pelo benefício.

Exposição crônica a partículas e doenças reumáticas imunomediadas (DRIM) – OP0071(2022) e sessão do Prof. Schulze-Koops

Link: EULAR Abstract Archive (sparx-ip.net)

A exposição crônica a materiais particulados (PM, sigla em inglês) finos (PM10 e PM2.5) foi associada a aumento do risco de DRIM, principalmente AR, mesmo em níveis de poluição considerados seguro pela OMS.

Classificação por tamanho e composição do material particulado atmosférico em relação à sua fonte. Adaptada de Muhlfeld et al, retirado de BRITO, GFS SODRÉ, FF ALMEIDA, and O. FV. “Impacto do Material Particulado na Qualidade do Ar.” Revista Virtual de Química 10.05 (2018): 1335-1354.
  • PM 2.5 (menor eu 2,5 micrômetros) associada a AR (OR 1,408, IC 95% 1.271-1.560))
  • PM 10 associada a AR (OR 1.55); Outras doenças do tecido conjuntivo (1.147) e doença inflamatória intestinal (1.206)

Artrite reumatoide associada a maior risco de demência – pôster OP0134(2022)

Link: EULAR Abstract Archive (sparx-ip.net)

  • Pôster apresentado associa Artrite reumatoide a demência, principalmente nos pacientes com nódulos reumatoides, acometimento de grandes articulações e AR de início tardio.

AR de difícil tratamento – sessão

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