Novas evidências
Várias foram as novidades no EULAR2022, separamos os principais pôsteres e sessões.
Alguns revisamos a fundo, outros apenas o principal.
- Artralgia de risco e RM com inflamação articular subclínica: teria benefício o uso do metotrexato? – pôster OP0070 (2022)
- O rituximabe em doses muito baixas é eficaz no tratamento a longo prazo da artrite reumatoide? – pôster POS0652 (2022)
- Os antimaláricos(AM) podem melhorar a sobrevida e segurança dos biológicos ou iJAK no tratamento da artrite reumatoide? – pôster POS0242 (2022)
- Depressão é um fator de risco isolado para mortalidade nos pacientes com artrite reumatoide? – pôster OP0067 (2022)
- Estudo GLORIA
- Exposição crônica a partículas e doenças reumáticas imunomediadas (DRIM) – OP0071(2022) e sessão do Prof. Schulze-Koops
- Artrite reumatoide associada a maior risco de demência – pôster OP0134(2022)
- AR de difícil tratamento – sessão
- Novas recomendações EULAR
Confira o texto completo ⬇️
Artralgia de risco e RM com inflamação articular subclínica: teria benefício o uso do metotrexato? – pôster OP0070 (2022)
Link: EULAR Abstract Archive (sparx-ip.net)
- 🚫Não foi capaz de reduzir progressão para artrite reumatoide (AR) quanto comparado com placebo
- 👍🏽Promoveu melhora dos sintomas, função e achados inflamatórios na ressonância magnética (RNM) com significância estatística.
- 👀 Porém a diferença média foi pequena e talvez não seja clinicamente significante. Mais estudos são necessários
as always.
- ❓Como foi realizado o estudo?
- 📏Estudo prova de conceito, randomizado, duplo cego
- 👥População: pacientes com artralgia clinicamente suspeita e RNM com inflamação articular subclínica.
- 🎲Randomizados 1:1
- Grupo intervenção – corticoide IM em dose única (120mg) e metotrexato até 25mg/semana por 1 ano OU;
- Placebo: injeção placebo e comprimidos
- ⏭️ Estudo com 2 anos de duração, sendo 1 ano de intervenção e 1 ano de seguimento
- 🏁Desfechos:
- 🥇Primário – Desenvolvimento de artrite com persistência por mais de 2 anos(preenchimento de critérios para AR ACR 2010 ou artrite em ≥ 2 articulações)
- 🥈Secundários – função, sintomas e achados inflamatórios na RNM (tenossinovite, sinovite, osteíte foram pontuados de acordo com o método de score RA-MRI Scoring (RAMRIS))
- 🧮Resultados
- 326 pacientes
- 💉119 pacientes no grupo intervenção
- 🧂117 no grupo placebo
- No primeiro ano durante o uso do metotrexato, houve menor progressão para AR no grupo intervenção.
- 🚫⌚Após 2 anos de seguimento, o tempo médio sem artrite foi semelhante entre os grupos (80% versus 82%, HR 0.81 (95%CI 0.45, 1.48))
- 👍🏽🏃🏾♀️Melhora da dor, função, rigidez matinal e inflamação detectada pela RNM nos primeiros meses foi sustentada ao longo do tempo.
- ✅O metotrexato na fase pré-clínica da AR possui potencial a longo prazo e talvez seja uma nova janela de oportunidade, porém com diferença pequena e incapaz de reduzir desenvolvimento da artrite reumatoide.
O rituximabe em doses muito baixas é eficaz no tratamento a longo prazo da artrite reumatoide? – pôster POS0652 (2022)
Link: EULAR Abstract Archive (sparx-ip.net)
- 👍🏽 A maioria dos pacientes que receberam rituximabe (RTX) em doses muito baixas (200-500mg 1x/6 meses), permaneceram com resposta sustentada (DAS28-PCR) por até 4 anos e foi não inferior quando comparado a dose baixa (1g 1x/6meses).
- 👀Apesar de não ter sido descrito no pôster, a dose ideal parece ser de 500mg-1000mg, pois foram os grupos com maior persistência. Ao longo do seguimento, apenas 1 paciente saiu do grupo de 500mg, enquanto no grupo de 200mg esse número foi 9 pacientes (19%). Já o grupo de 1g aumentou durante o estudo (24 → 34 pacientes), provavelmente a dose dos pacientes dos demais grupos precisou ser aumentada.
- ❓Como foi realizado o estudo?
- 👥Pacientes do estudo REDO (REtreatment with Rituximab in RhEumatoid arthritis: Disease Outcome after Dose Optimisation) (https://doi.org/10.1016/S2665-9913(19)30066-9) foram convocados para participar em um estudo de extensão com o objetivo avaliar a resposta a longo prazo do rituximabe em doses muito baixas.
- Estudo inicial do REDO demonstrou que o rituximabe em doses muito baixas (DMB) (200 ou 500mg 1x/6 meses) possui eficácia semelhante a dose baixa de 1g 1x/6 meses nos pacientes que apresentaram boa resposta ao uso de rituximabe Apesar do estudo não ter conseguido atingir o desfecho primário de não-inferioridade.
- 🎲Pacientes foram separados em 3 grupos de acordo com a decisão do médico e paciente.
- Grupo 1 (dose baixa tradicional – DBT): rituximabe 1000mg
- Grupo 2 (dose muito baixa – DMB): rituximabe 500mg
- Grupo 3 (dose muito baixa – DMB): rituximabe 200mg
- 🏁Desfechos:
- 🥇Primário – Atividade de doença (DAS28-PCR)
- 🥈Secundários – persistência da resposta ao RTX, intervalos e doses do RTX, e uso de comedicação.
- 👥Pacientes do estudo REDO (REtreatment with Rituximab in RhEumatoid arthritis: Disease Outcome after Dose Optimisation) (https://doi.org/10.1016/S2665-9913(19)30066-9) foram convocados para participar em um estudo de extensão com o objetivo avaliar a resposta a longo prazo do rituximabe em doses muito baixas.
- 🧮Resultados:
- 118 de 142 pacientes dos estudo REDO fora incluídos
- Persistência do RTX durante o seguimento
- ➕Atividade de doença em ambos os grupos DMB foi não-inferior ao grupo DBT, com DAS-28PCR médio (95% IC) durante o seguimento de:
- Grupo 1g – 2.2 (2.0-2.4)
- Grupo 500mg – 2.2 (2.1-2.4)
- Grupo 300mg – 2.3 (2.2-2.5)
- Apesar de não ter sido descrito no pôster nem no texto, aparentemente, 10 pacientes dos grupos de DMB (9 do grupo de 200mg e 1 do grupo de 500mg) precisaram aumentar a dose para 1g.
- Taxa de injeção de corticoide foi de 0,38 (95% IC: 0.32-0.44) por pacientes-ano.
- Taxa de início de corticoide oral foi 0,05 (0,03-0,08) por pacientes-ano.
- ✅Conclusão:
- Maioria dos pacientes permaneceram em DMB de RTX durante um seguimento de até 4 anos.
- Atividade de doença em ambos os grupos DMB foi não-inferior ao grupo DBT.
- Troca para outros MMCDs ou uso de corticoide foi infrequente.
Os antimaláricos(AM) podem melhorar a sobrevida e segurança dos biológicos ou iJAK no tratamento da artrite reumatoide? – pôster POS0242 (2022)
Link:EULAR Abstract Archive (sparx-ip.net)
🎙️É do brasiiiillll!⚽😍 Parabéns ao grupo!!!
👍🏾 AM foram associados a maior sobrevida do 💊💉tratamento, menor risco de interrupção por efeitos adversos (EA)e ineficácia, ⏬menos EA no geral, ⏬ menos infecções, ⏬efeitos adversos hepáticos. Não houve aumento do risco cardiovascular.
🎯 Objetivo: Avaliar associação do uso concomitante de 💊antimaláricos(AM) com biológicos e iJAKs quanto a segurança e persistência 👥 Pacientes com AR incluídos no registro multicêntrico BiobadaBrasil(❤️) entre 2009 e 2019
- 🏁Desfechos:
- 🥇Primário – Incidência de efeitos adversos (EA) graves (EAG)
- 🥈Secundários – EA de acordo com sistema (EAS), interrupção do tratamento por qualquer causa, interrupção por EA e por ineficácia
- 🧮Resultados e Conclusões
- 💊AM foram associados a maior sobrevida (figura abaixo) , reduzindo o risco de interrupção por EAs (0.56, 95% CI: 0.39 to 0.81, P=0.002) e ineficácia (0.65, 0.48 to 0.87, P=0.003).
- ⏬Reduziu o risco de EAs e totais, incluindo 🦠infecção e EA hepáticos.
- 💗Não houve aumento do risco cardiovascular
Outros destaques
Depressão é um fator de risco isolado para mortalidade nos pacientes com artrite reumatoide? – pôster OP0067 (2022)
Link: EULAR Abstract Archive (sparx-ip.net)
- Estudo dinamarquês realizado utilizando banco de dados DANBIO demonstrou aumento em 6x na mortalidade dos pacientes com artrite reumatoide e depressão, mesmo após correção por outras variáveis incluindo sexo, idade e comorbidades.
- Estudo limitado, uma vez que depressão foi definida como primeira prescrição de antidepressivo.
Estudo GLORIA
(POS1402 (2022), POS1410 (2022), OP0263 (2022), OP0270 (2022), e trabalho publicado na ARD (Boers, M., et al. (2022). Low dose, add-on prednisolone in patients with rheumatoid arthritis aged 65+: the pragmatic randomised, double-blind placebo-controlled GLORIA trial. Annals of the Rheumatic Diseases, 81(7), 925–936. https://doi.org/10.1136/annrheumdis-2021-221957)
- 👍🏽Ensaio clínico duplo-cego, multicêntrico, pragmático, placebo controlado.
- Comparou prednisona 5mg/dia com placebo em pacientes com AR estabelecida e ≥ 65 anos por 2 anos.
- ✅Um dos poucos estudos bem desenhados para avaliar a segurança do uso crônico de corticoide. Além disso, a maior parte da evidência atual é baseada em estudos observacionais.
- Resultados do grupo intervenção:
- ⏬menor DAS28 ao final do estudo (-0,37), menor progressão radiográfica (-1,7)
- ⏫❗aumento no risco de ao menos um efeito adveros em 24% quando comparado ao placebo. Porém foi considerado dentro do limite superior do dano esperado e foi superado pelo benefício.
Exposição crônica a partículas e doenças reumáticas imunomediadas (DRIM) – OP0071(2022) e sessão do Prof. Schulze-Koops
Link: EULAR Abstract Archive (sparx-ip.net)
A exposição crônica a materiais particulados (PM, sigla em inglês) finos (PM10 e PM2.5) foi associada a aumento do risco de DRIM, principalmente AR, mesmo em níveis de poluição considerados seguro pela OMS.
- PM 2.5 (menor eu 2,5 micrômetros) associada a AR (OR 1,408, IC 95% 1.271-1.560))
- PM 10 associada a AR (OR 1.55); Outras doenças do tecido conjuntivo (1.147) e doença inflamatória intestinal (1.206)
Artrite reumatoide associada a maior risco de demência – pôster OP0134(2022)
Link: EULAR Abstract Archive (sparx-ip.net)
- Pôster apresentado associa Artrite reumatoide a demência, principalmente nos pacientes com nódulos reumatoides, acometimento de grandes articulações e AR de início tardio.
AR de difícil tratamento – sessão
- Essa sessão foi muito comentada. No ERA de 2021 também foi destaque! Confere nosso post https://www.instagram.com/p/CXhWq7Gv4LV/?utm_source=ig_web_copy_link e o artigo do EULAR publicado em 2021 DOI:10.1136/annrheumdis-2020-217344
Novas recomendações EULAR
- Confere nosso vídeo com o que mudou https://www.instagram.com/tv/CeWzaG_j_LE/?utm_source=ig_web_copy_link
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