ERA 2022 – Arterite de Células Gigantes

Olá pessoal! Bora ficar por dentro do ERA2022?

No primeiro dia do ERA ocorreu uma conferência sobre Arterite de Células Gigantes (ACG), a aula foi ministrada pela Dra. Cristina Ponte

Pontos de aprendizado e revisão

Exames complementares no diagnóstico de ACG

🔪Biópsia de artéria temporal possui uma sensibilidade < 50%

  • Motivos para biópsia negativa
    • Skip lesions
    • Forma extra craniana exclusiva
    • Amostra insuficiente
    • Atraso na realização da biópsia

💻USG doppler de artéria temporal é um dos pilares para o diagnóstico, sendo positivo na presença de halo hipoecogênico, o famoso sinal do alvo.

  • A complementação com USG doppler de artéria axilar, aumenta a sensibilidade para 90%

💀 AngioRM craniana está sendo cada vez mais utilizada, com elevado valor preditivo negativo.

  • Exame normal, está associado a biópsia de a. temporal negativa
  • A presença de edema em a. temporal não é tão específico, pode ser falso positivo.
  • Tender a normalizar rapidamente após início de corticoide

🧍🏽PET é o exame com maior sensibilidade para o avaliação de grandes vasos. (80-90%)

  • Ele não é confiável nos pacientes paciente em uso de corticoide, ele perde sensibilidade rapidamente após início de corticoide e mesmo em baixas doses

Algoritmo diagnóstico proposto pela autora

Ponte C, Martins-Martinho J, Luqmani RA. Diagnosis of giant cell arteritis. Rheumatology (Oxford). 2020 May 1;59(Suppl 3):iii5-iii16. doi: 10.1093/rheumatology/kez553.
  • Fluxograma, proposto pela autora, sugere que nos pacientes com suspeição seja feito USG de artéria temporal com ou sem axilar
    • 🎯Se positivo e probabilidade elevada = diagnóstico
    • 🚫Se negativo e probabilidade moderada/alta→ biópsia ou AngioRM craniana

Novos critérios classificatórios para ACG 2021/2022

Lembrar que critérios classificatórios são diferentes de diagnósticos

Novos critérios classificatórios foram divulgados em 2021 no ACR, ainda não publicados

🆕Novidades dos critérios:

  • Idade ≥ 50 anos é um critério de entrada
  • Exames de imagem foram incluídos nos critérios

Recomendações de tratamento

EULAR 2018: corticoide e considerar tocilizumabe (metotrexato seria uma opção) se recidiva ou risco para efeitos colaterais

Hellmich B, Agueda A, Monti S, Buttgereit F, De Boysson H, Brouwer E, et al. 2018 Update of the EULAR recommendations for the management of large vessel vasculitis. Ann Rheum Dis. 2019;1–12.

ACR 2021: corticoide associado a tocilizumabe para todos (MTX alternativa)

Maz M, Chung SA, Abril A, Langford CA, Gorelik M, Guyatt G, et al. 2021 American College of Rheumatology/Vasculitis Foundation Guideline for the Management of Giant Cell Arteritis and Takayasu Arteritis. Arthritis Care Res. 2021;73(8):1071–87.

Novas evidências para o tratamento com imunobiológicos

O que possui maior grau de evidência é o tocilizumabe. Sendo que 50% dos pacientes recidivam após a suspensão, portanto ainda não sabemos o tempo ideal de manutenção

  • Outros biológicos que estão em estudo:
    • Resultados promissores em fase 2: mavrilimumab (anti-GM-CSF); baricitinib; secukinumab; abatacept
    • Fase 3: upadacitinibe, secuquinumabe, abatacept e anakinra

Seguimento

VHS e PCR podem ajudar no seguimento, porém não refletem consistentemente atividade de e sofrem interferência dos Anti-IL6, uma opção é associar exames de imagem incluindo USG doppler e PET para um seguimento mais adequado.

  • 💻USG doppler de artéria temporal: o sinal do halo/espessamento médio-intimal melhoram com o tratamento e possuem correlação com VHS/PCR e BVAS.
Ponte C, Monti S, Scirè CA, Delvino P, Khmelinskii N, Milanesi A, et al. Ultrasound halo sign as a potential monitoring tool for patients with giant cell arteritis: A prospective analysis. Ann Rheum Dis. 2021;80(11):1475–82.
  • 🧍🏽PET: resultados são conflitantes, porém parece possuir correlação positiva no geral.

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